" Não acredite em algo simplesmente porque ouviu. Não acredite em algo simplesmente porque todos falam a respeito. Não acredite em algo simplesmente porque esta escrito em seus livros religiosos. Não acredite em algo só porque seus professores e mestres dizem que é verdade. Não acredite em tradições só porque foram passadas de geração em geração. Mas depois de muita análise e observação, se você vê que algo concorda com a razão, e que conduz ao bem e beneficio de todos, aceite-o e viva-o.".
sábado, 22 de novembro de 2014
sexta-feira, 21 de novembro de 2014
quinta-feira, 20 de novembro de 2014
Intelectual cutuca mais que o chato
Nem todo intelectual é chato. Assim como nem todo chato cutuca. Nem todo intelectual é tão materialista a ponto de dizer que não ama ou que não gosta de poesia. Nem todo intelectual é intelectual.
O filósofo Leandro Konder, morto neste mês aos 78 anos, era um intelectual marxista que gostava de escrever sobre amor e poesia.
Comprovava a cada escrito o dito inquestionável de Marx: não é a consciência que faz a vida, mas a vida que faz a consciência.
“Por que atualmente quase não se lê poesia?” É preciso ter coragem e sensibilidade para ser marxista e abrir um livro assim. Konder o fez em “As artes da palavra”. Ele próprio respondeu: “A poesia é um gênero árduo, que exige muito do poeta, mas também exige muito do leitor: exige que o leitor se esforce para `receber` o poeta (o Outro) de maneira a poder assimilar o que ele lhe traz, traduzindo-o ou recriando-o na sua linguagem pessoal. Quer dizer: a poesia exige do leitor que ele libere ou crie e desenvolva a parte de poeta que precisa existir nele”.
A definição do filósofo para poesia se encaixa harmoniosamente na na prática da política como ideal. Um esforço de aceitação do outro para que uma relação se traduza ou se recrie.
Por poesia do destino, Konder morreu um dia antes do poeta Manoel de Barros (1916-2014). Este sim era um radical: “Poderoso para mim não é aquele que descobre ouro. Para mim poderoso é aquele que descobre as insignificâncias (do mundo e as nossas)”, escreveu em “Tratado geral das grandezas do ínfimo”.
Política é diálogo. Como a poesia o é. Dizia Konder: “Só quem mergulha no mundo da poesia, só quem lê os poetas, pode extrair dessa aventura a efetiva compreensão da riqueza desse diálogo. O diálogo entre os poetas depende da colaboração e da complementação dos leitores: depende da sensibilidade do leitor para promovê-lo, para encená-lo”.
A aliança da direita no Brasil com setores hegemônicos da esquerda _com os banqueiros agradecendo ao faturamento recorde que tiveram num governo supostamente do partido dos trabalhadores_ tornava o panorama político confuso, na avaliação de Konder. Achava a esquerda intimidada diante do poderio da direita.
A crise da esquerda podia ser estendida aos intelectuais e suas ferramentas de luta. “Se você encontrar hoje um intelectual que diz ter em mãos um livro que irá mudar todo o rumo da nossa vida, vai ficar desconfiado. Esse otimismo não é sinal de muita lucidez”, declarou numa entrevista.
Não era um pensador utópico, como bom marxista. “A utopia não consegue lidar com a questão crucial da ação transformadora. O utopista sonha, mas age pouco”, afirmava.
Mais que o chato, o verdadeiro intelectual cutuca. Leandro Konder era um deles. Nunca foi chato. Era refinadamente engraçado, como no samba-enredo marxista que compôs com Carlos Nelson Coutinho em dezembro de 1968. No mês do AI-5, dois dos maiores intelectuais marxistas nacionalizavam o poema do pneumotórax de Manuel Bandeira.
Apesar da perfuração no pulmão esquerdo, provocada pela ditadura, “ainda restava tocar um samba de enredo”. Era a única saída para aquele Brasil que a vida inteira podia ter sido o que não foi e caía semimorto, com febre, hemoptise, dispneia e suores noturnos, tal como o personagem do poeta.
Samba do Idealismo Alemão - (Leandro Konder/Carlos Nelson Coutinho)
Samba do Idealismo Alemão - (Leandro Konder/Carlos Nelson Coutinho)
Quando veio a burguesia,
O Velho Kant se pôs a filosofar
E chegou um belo dia a elaborar
O seu idealismo racional
Onde a gnoseologia não juntava com a moral
Mesmo sendo uma tremenda antinomia
Fez-se um progresso na Filosofia
O proletariado não quer
Perder de vista essa lição:
Da Experiência do idealismo
Clássico alemão
Hegel foi quem resolveu esse problema
Uniu lógica e a história
Numa grande ontologia
Que foi a sua glória
Ao seu idealismo genial,
Dinâmico e totalizante
Mais profundo que o de Kant,
Só faltava a dimensão materialista
Que lhe daria a práquesis marquesista
O proletariado não quer
Perder de vista essa lição:
O Velho Kant se pôs a filosofar
E chegou um belo dia a elaborar
O seu idealismo racional
Onde a gnoseologia não juntava com a moral
Mesmo sendo uma tremenda antinomia
Fez-se um progresso na Filosofia
O proletariado não quer
Perder de vista essa lição:
Da Experiência do idealismo
Clássico alemão
Hegel foi quem resolveu esse problema
Uniu lógica e a história
Numa grande ontologia
Que foi a sua glória
Ao seu idealismo genial,
Dinâmico e totalizante
Mais profundo que o de Kant,
Só faltava a dimensão materialista
Que lhe daria a práquesis marquesista
O proletariado não quer
Perder de vista essa lição:
Da Experiência do idealismo
Clássico alemão
quarta-feira, 19 de novembro de 2014
O GAROTO DAS MEIAS VERMELHAS
Ele era um garoto triste. Procurava estudar muito. Na hora do recreio ficava afastado dos colegas, como se estivesse procurando alguma coisa.
Todos os outros meninos zombavam dele, por causa das suas meias vermelhas.
Um dia, o cercaram e lhe perguntaram porque ele só usava meias vermelhas. Ele falou, com simplicidade: “no ano passado, quando fiz aniversário, minha mãe me levou ao circo.
Colocou em mim essas meias vermelhas. Eu reclamei. Comecei a chorar. Disse que todo mundo iria rir de mim, por causa das meias vermelhas.
Mas ela disse que tinha um motivo muito forte para me colocar as meias vermelhas. Disse que se eu me perdesse, bastaria ela olhar para o chão e quando visse um menino de meias vermelhas, saberia que o filho era dela.”
“Ora”, disseram os garotos. “mas você não está num circo. Por que não tira essas meias vermelhas e as joga fora?”
O menino das meias vermelhas olhou para os próprios pés, talvez para disfarçar o olhar lacrimoso e explicou: “é que a minha mãe abandonou a nossa casa e foi embora. Por isso eu continuo usando essas meias vermelhas. Quando ela passar por mim, em qualquer lugar em que eu esteja, ela vai me encontrar e me levará com ela.”
Muitas almas existem, na Terra, solitárias e tristes, chorando um amor que se foi. Colocam meias vermelhas, na expectativa de que alguém as identifique, em meio à multidão, e as leve para a intimidade do próprio coração.
São crianças, cujos pais as deixaram, um dia, em braços alheios, enquanto eles mesmos se lançaram à procura de tesouros, nem sempre reais.
Lesadas em sua afetividade, vivem cada dia à espera do retorno dos amores, ou de alguém que lhes chegue e as aconchegue.
Têm sede de carinho e fome de afeto. Trazem o olhar triste de quem se encontra sozinho e anseia por ternura.
São idosos recolhidos a lares e asilos, às dezenas. Ficam sentados em suas cadeiras, tomando sol, as pernas estendidas, aguardando que alguém identifique as meias vermelhas.
Aguardam gestos de carinho, atenções pequenas. Marcam no calendário, para não se perderem, a data da próxima visita, do aniversário, da festividade especial.
Aguardam...
São homens e mulheres que se levantam todos os dias, saem de casa, andam pelas ruas, sempre à espera de que alguém que partiu, retorne.
Que o filho que tomou o rumo do mundo e não mais escreveu, nem deu notícia alguma, volte ao lar.
São namorados, noivos, esposos que viram o outro sair de casa, um dia, e esperam o retorno.
Almas solitárias. Lesadas na afetividade. Carentes.
Pense nisso!
O amor, sem dúvida, é lei da vida. Ninguém no mundo pode medir a resistência de um coração quando abandonado por outro.
E nem pode aquilatar a qualidade das reações que virão daqueles que murcham aos poucos, na dor da afeição incompreendida.
Todos devemos respeito uns aos outros. Somos responsáveis pelos que cativamos ou nos confiam seus corações.
Se alguém estiver usando meias vermelhas, por nossa causa, pensemos se esse não é o momento de recompor o que se encontra destroçado, trabalhando a terra do nosso coração.
Pensemos nisso!
Todos os outros meninos zombavam dele, por causa das suas meias vermelhas.
Um dia, o cercaram e lhe perguntaram porque ele só usava meias vermelhas. Ele falou, com simplicidade: “no ano passado, quando fiz aniversário, minha mãe me levou ao circo.
Colocou em mim essas meias vermelhas. Eu reclamei. Comecei a chorar. Disse que todo mundo iria rir de mim, por causa das meias vermelhas.
Mas ela disse que tinha um motivo muito forte para me colocar as meias vermelhas. Disse que se eu me perdesse, bastaria ela olhar para o chão e quando visse um menino de meias vermelhas, saberia que o filho era dela.”
“Ora”, disseram os garotos. “mas você não está num circo. Por que não tira essas meias vermelhas e as joga fora?”
O menino das meias vermelhas olhou para os próprios pés, talvez para disfarçar o olhar lacrimoso e explicou: “é que a minha mãe abandonou a nossa casa e foi embora. Por isso eu continuo usando essas meias vermelhas. Quando ela passar por mim, em qualquer lugar em que eu esteja, ela vai me encontrar e me levará com ela.”
Muitas almas existem, na Terra, solitárias e tristes, chorando um amor que se foi. Colocam meias vermelhas, na expectativa de que alguém as identifique, em meio à multidão, e as leve para a intimidade do próprio coração.
São crianças, cujos pais as deixaram, um dia, em braços alheios, enquanto eles mesmos se lançaram à procura de tesouros, nem sempre reais.
Lesadas em sua afetividade, vivem cada dia à espera do retorno dos amores, ou de alguém que lhes chegue e as aconchegue.
Têm sede de carinho e fome de afeto. Trazem o olhar triste de quem se encontra sozinho e anseia por ternura.
São idosos recolhidos a lares e asilos, às dezenas. Ficam sentados em suas cadeiras, tomando sol, as pernas estendidas, aguardando que alguém identifique as meias vermelhas.
Aguardam gestos de carinho, atenções pequenas. Marcam no calendário, para não se perderem, a data da próxima visita, do aniversário, da festividade especial.
Aguardam...
São homens e mulheres que se levantam todos os dias, saem de casa, andam pelas ruas, sempre à espera de que alguém que partiu, retorne.
Que o filho que tomou o rumo do mundo e não mais escreveu, nem deu notícia alguma, volte ao lar.
São namorados, noivos, esposos que viram o outro sair de casa, um dia, e esperam o retorno.
Almas solitárias. Lesadas na afetividade. Carentes.
Pense nisso!
O amor, sem dúvida, é lei da vida. Ninguém no mundo pode medir a resistência de um coração quando abandonado por outro.
E nem pode aquilatar a qualidade das reações que virão daqueles que murcham aos poucos, na dor da afeição incompreendida.
Todos devemos respeito uns aos outros. Somos responsáveis pelos que cativamos ou nos confiam seus corações.
Se alguém estiver usando meias vermelhas, por nossa causa, pensemos se esse não é o momento de recompor o que se encontra destroçado, trabalhando a terra do nosso coração.
Pensemos nisso!
terça-feira, 18 de novembro de 2014
segunda-feira, 17 de novembro de 2014
domingo, 16 de novembro de 2014
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