Chegou
as férias e vamos para Fortaleza - CE!
Conchinhas,
é diversão garantida, para a Dona Claudia
Quando: Depois de
um belo banho de mar, com o rego cheio de sal e a periquita cheia de areia, vem
àquela vontade de fritar na chapa...
Milton
Aldana – 11/11/2014
Verão e férias também são
sinônimos de pouca roupa, muito calor, pouca cintura, muita cachaça,
muita
gordura, pouco trabalho e muita micose.
Verão é picolé de Kiisuco no
palito reciclado, é milho cozido na água da torneira, é coco verde aberto pra
comer a gosminha branca.
Verão é prisão de ventre de
uma semana e pé inchado que não entra no tênis.
Mas o principal ponto do
verão são.... As praias!
Ah, como são belas as praias
do Ceará.
Os cachorros fazem cocô e as
crianças pegam pra fazer coleção.
Conchinhas, é diversão
garantida, para a Dona Claudia
Os casais jogam frescobol e
acertam a bolinha na cabeça das véias.
Os jovens de jet ski
atropelam os surfistas, que por sua vez, miram a prancha pra abrir a cabeça dos
banhistas.
O melhor programa pra quem
vai à praia é chegar bem cedo, antes do sorveteiro, quando o sol ainda está
fraco e as famílias estão chegando.
Muito bonito ver aquelas
pessoas carregando vinte cadeiras, três geladeiras de isopor, cinco
guarda-sóis, raquete, frango, farofa,
toalha, bola, balde, chapéu
e prancha, acreditando que estão de férias.
Em menos de cinqüenta
minutos, todos já estão instalados, besuntados e prontos pra enterrar a avó na
areia.
E as crianças? Ah, que
gracinhas! Os bebês chorando de desidratação, as crianças pequenas se socando
por uma conchinha do mar, os adolescentes ouvindo walkman (acho que não existe
mais) ou MP3 enquanto dormem.
As mulheres também têm muita
diversão na praia, como buscar o filho afogado e caminhar vinte quilômetros pra
encontrar o outro pé do chinelo.
Já os homens ficam com as
tarefas mais chatas, como furar a areia pra fincar o cabo do guarda-sol.
É
mais fácil achar petróleo do que conseguir fazer o guarda-sol ficar em pé.
Mas tudo isso não conta,
diante da alegria, da felicidade, da maravilha que é entrar no mar!
Aquela água tão cristalina,
que dá pra ver os cardumes de latinha de cerveja no fundo.
Aquela sensação de boiar na
salmoura como um pepino em conserva.
Depois
de um belo banho de mar, com o rego cheio de sal e a periquita cheia de areia,
vem àquela vontade de fritar na chapa.
A gente abre a esteira
velha, com o cheiro de velório de bode, bota o chapéu, os óculos escuros e puxa
um ronco bacaninha.
Isso é paz, isso é amor,
isso é o absurdo do calor!!!!!
Mas, claro, tudo tem seu
lado bom.
E à noite o sol vai embora.
Todo mundo volta pra casa
tostado e vermelho como mortadela, toma banho e deixa o sabonete cheio de areia
pro próximo.
O shampoo acaba e a gente
acaba lavando a cabeça com qualquer coisa, desde creme de barbear até
desinfetante de privada.
As toalhas, com aquele
cheirinho de mofo que só a casa da praia oferece.
Aí, uma bela macarronada pra
entupir o bucho e uma dormidinha na rede pra adquirir um bom torcicolo e ralar
as costas queimadas.
O dia termina com uma boa
rodada de truco e uma briga em família.
Todo mundo vai dormir bêbado
e emburrado, babando na fronha e torcendo, pra que na manhã seguinte, faça
aquele sol e todo mundo
possa se encontrar no mesmo
inferno tropical...
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