sexta-feira, 10 de abril de 2015

Boechat: roedores estavam em um ambiente pestilento e perigoso na CPI
Boechat: o país está entregue a um monte de malucos

Qual a diferença entre Roedores e Parlamentares ?

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Os roedores (do latim científico Rodentia) constituem a mais numerosa ordem de mamíferoscom placenta contendo mais de 2000 espécies, o que corresponde a cerca de 40% das espécies da classe dos mamíferos. A maior parte são de pequenas proporções, o camundongo-pigmeu Africano tem 6 cm de comprimento e pesa 7 g. Por outro lado, o maior deles, a capivara, pode pesar até 80 kg. Acredita-se que o extinto Phoberomys pattersoni teria pesado 700 kg. Roedores são encontrados em grande número em todos os continentes, exceto a Antártida, na maioria das ilhas e em todos os habitats, com exceção dos oceanos. Juntamente com os morcegos (Chiroptera), foram os únicos mamíferos placentários a colonizar a Austrália independentemente da introdução humana.

Rato (plural: ratos) é uma designação comum para diversos pequenos mamíferos pertencentes à ordem dos roedores, assim como um nome genérico dado a diversos mamíferos roedores pertencentes às famílias MuridaeCricetidaeHeteromyidaeDiatomyidae e BathyergidaeOs ratos em alguns contextos são considerados pragas, quando danificam e destroem plantações e silos de armazenamento de grãos,onde também causam danos estruturais danificando fiações, estruturas, além de ser um vetor para diversas doenças.  Essa definição inclui pessoas que estão em cargos de decisão no governo, e pessoas que almejam esses cargos tanto por eleição, quanto por indicação, fraude eleitoral, hereditariedade, etc.


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quinta-feira, 9 de abril de 2015


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quarta-feira, 8 de abril de 2015

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‘POR ONDE PASSOU, LULA DEIXOU UM RASTRO DE DESTRUIÇÃO’, DIZ HISTORIADOR QUE ESTUDOU A VIDA DE LULA

‘POR ONDE PASSOU, LULA DEIXOU UM RASTRO DE DESTRUIÇÃO’, DIZ HISTORIADOR QUE ESTUDOU A VIDA DE LULA

O historiador Marco Antonio Villa publicou, no jornal O Globo, um artigo em que expõe e analisa o histórico do ex-presidente e líder político Luiz Inácio Lula da Silva.

No texto, Villa acusa Lula de ser autoritário, centralizador e, de certa maneira, egocêntrico. De acordo com ele, Lula teria deixado “um rastro de destruição por onde passou”.

O silêncio de Lula

Ao escolher candidatos sem consulta à direção partidária, ele transformou o PT em instrumento de vontade pessoal.

Na história republicana brasileira, não houve político mais influente do que Luiz Inácio Lula da Silva. Sua exitosa carreira percorreu o regime militar, passando da distensão à abertura. Esteve presente na Campanha das Diretas. Negou apoio a Tancredo Neves, que sepultou o regime militar, e participou, desde 1989, de todas as campanhas presidenciais.
Quando, no futuro, um pesquisador se debruçar sobre a história política do Brasil dos últimos 40 anos, lá encontrará como participante mais ativo o ex-presidente Lula. E poderá ter a difícil tarefa de explicar as razões desta presença, seu significado histórico e de como o país perdeu lideranças políticas sem conseguir renová-las.

Lula, com seu estilo peculiar de fazer política, por onde passou deixou um rastro de destruição. No sindicalismo acabou sufocando a emergência de autênticas lideranças. Ou elas se submetiam ao seu comando ou seriam destruídas. E este método foi utilizado contra adversários no mundo sindical e também aos que se submeteram ao seu jugo na Central Única dos Trabalhadores. O objetivo era impedir que florescessem lideranças independentes da sua vontade pessoal. Todos os líderes da CUT acabaram tendo de aceitar seu comando para sobreviver no mundo sindical, receberam prebendas e caminharam para o ocaso. Hoje não há na CUT — e em nenhuma outra central sindical — sindicalista algum com vida própria.
No Partido dos Trabalhadores — e que para os padrões partidários brasileiros já tem uma longa existência —, após três decênios, não há nenhum quadro que possa se transformar em referência para os petistas. Todos aqueles que se opuseram ao domínio lulista acabaram tendo de sair do partido ou se sujeitaram a meros estafetas.
Lula humilhou diversas lideranças históricas do PT. Quando iniciou o processo de escolher candidatos sem nenhuma consulta à direção partidária, os chamados “postes”, transformou o partido em instrumento da sua vontade pessoal, imperial, absolutista. Não era um meio de renovar lideranças. Não. Era uma estratégia de impedir que outras lideranças pudessem ter vida própria, o que, para ele, era inadmissível.
Os “postes” foram um fracasso administrativo. Como não lembrar Fernando Haddad, o “prefeito suvinil”, aquele que descobriu uma nova forma de solucionar os graves problemas de mobilidade urbana: basta pintar o asfalto que tudo estará magicamente resolvido. Sem talento, disposição para o trabalho e conhecimento da função, o prefeito já é um dos piores da história da cidade, rivalizando em impopularidade com o finado Celso Pitta.

Mas o símbolo maior do fracasso dos “postes” é a presidente Dilma Rousseff. Seu quadriênio presidencial está entre os piores da nossa história. Não deixou marca positiva em nenhum setor. Paralisou o país. Desmoralizou ainda mais a gestão pública com ministros indicados por partidos da base congressual — e aceitos por ela —, muitos deles acusados de graves irregularidades. Não conseguiu dar viabilidade a nenhum programa governamental e desacelerou o crescimento econômico por absoluta incompetência gerencial.

Lula poderia ter reconhecido o erro da indicação de Dilma e lançado à sucessão um novo quadro petista. Mas quem? Qual líder partidário de destacou nos últimos 12 anos? Qual ministro fez uma administração que pudesse servir de referência? Sem Dilma só havia uma opção: ele próprio. Contudo, impedir a presidente de ser novamente candidata seria admitir que a “sua” escolha tinha sido equivocada. E o oráculo de São Bernardo do Campo não erra.

A pobreza política brasileira deu um protagonismo a Lula que ele nunca mereceu. Importantes líderes políticos optaram pela subserviência ou discreta colaboração com ele, sem ter a coragem de enfrentá-lo. Seus aliados receberam generosas compensações. Seus opositores, a maioria deles, buscaram algum tipo de composição, evitando a todo custo o enfrentamento.

Desta forma, foram diluindo as contradições e destruindo o mundo da política.
Na campanha presidencial de 2010, com todos os seus equívocos, 44% dos eleitores sufragaram, no segundo turno, o candidato oposicionista. Havia possibilidade de vencer mas a opção foi pela zona de conforto, trocando o Palácio do Planalto pelo controle de alguns governos estaduais.
Se em 2010 Lula teve um papel central na eleição de Dilma, agora o que assistimos é uma discreta participação, silenciosa, evitando exposição pública, contato com os jornalistas e — principalmente — associar sua figura à da presidente. Espertamente identificou a possibilidade de uma derrota e não deseja ser responsabilizado. Mais ainda: em caso de fracasso, a culpa deve ser atribuída a Dilma e, especialmente, à sua equipe econômica.
Lula já começa a preparar o novo figurino: o do criador que, apesar de todos os esforços, não conseguiu orientar devidamente a criatura, resistente aos seus conselhos. A derrota de Lula será atribuída a Dilma, que, obedientemente, aceitará a fúria do seu criador. Afinal, se não fosse ele, que papel ela teria na política brasileira?
O PT caminha para a derrota. Mais ainda: caminha para o ocaso. Não conseguirá sobreviver sem estar no aparelho de Estado. Foram 12 anos se locupletando. A derrota petista — e, mais ainda, a derrota de Lula — poderá permitir que o país retome seu rumo. E no futuro os historiadores vão ter muito trabalho para explicar um fato sem paralelo na nossa história: como o Brasil se submeteu durante tantos anos à vontade pessoal de Luiz Inácio Lula da Silva.(Marco Antonio Villa é historiador)

No início deste mês, o jornalista Paulo Eduardo Martins comentou, no programa Confronto Entrevistas e Debates, que Lula é “a pior figura pública brasileira de todos os tempos”.
 Veja : https://youtu.be/T9EcX_aTHms

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Alguma semelhança Estado Novo X PT ?

Alguma semelhança Estado Novo X PT ?

Pequena aula de história:

Terminados os trabalhos da Assembleia Nacional Constituinte, dos quais pouco participou, Getúlio Dorneles Vargas assume como Senador da República, mas deixa em seu lugar o suplente, Camilo Mércio, ilustre desconhecido fora das fronteiras do Rio Grande do Sul e, talvez, até dentro de seu próprio Estado. Foi uma dádiva que lhe caiu às mãos, eleito pela força irrefreável do titular que, aparentemente, cansado da política, retira-se, para sempre, da arena, retornando ao seu refúgio na Estância de Itu, dentro da pequenina cidade fronteiriça de São Borja.
     A abertura da temporada sucessória, por volta de 1949, fez renascer a romaria a São Borja. Eram os correligionários do trabalhismo, eram pessedistas preocupados com a incógnita que representaria uma eleição sem Getúlio e era, também, o Partido Social Progressista, interessado numa composição nacional com o Partido Trabalhista Brasileiro, para reforçar sua posição nos Estados, especialmente em São Paulo, onde se lançava a candidatura do engenheiro Lucas Nogueira Garcez, competente, mas desconhecido.
     Ademar Pereira de Barros, chefe do PSP, até pensou em candidatar-se à Presidência da República, mas recuou ante o perigo de deixar o governo do Estado de São Paulo nas mãos de seu vice, Novelli Junior, que poderia detonar a máquina eleitoral tão cuidadosamente montada pelo governador.
     A certa altura, segue do Rio de Janeiro para São Borja o jovem jornalista Samuel Wainer, a mando de seu patrão, Assis Chateaubriand Bandeira de Mello, levando a missão de conseguir uma entrevista com Getúlio Vargas. Trata-se de um desafio, pois a imprensa era mantida à distância do refúgio do velho ditador. Depois de três dias de persistente trabalho junto à assessoria, consegue, finalmente, que Vargas se disponha a atendê-lo.
     Os dois, que não se conheciam, começam um trabalho de mútuo reconhecimento. A charla gaúcha se alterna com o linguajar carioca, trocando informações, opiniões, idéias. Getúlio era um observador perspicaz e não tardou em reconhecer Samuel Wainer um homem em quem poderia confiar. Abriu-se, então, numa entrevista ampla, terminando por dizer que, se o povo pedisse sua volta, ele não deixaria de ouvir o apelo popular.
     A publicação da matéria nos jornais de propriedade de Chateaubriand traz uma reviravolta nos conchavos das cúpulas partidárias. Os fiéis seguidores de Getúlio espalham cartazes pelo país inteiro, com a frase: "Ele Voltará". Não é preciso dizer quem. "Ele" deixa de ser pronome pessoal para transformar-se em substantivo próprio de especial significado, que todos entendem, sem precisar de maiores explicações.
     O reboliço causado nas hostes oposicionistas e o entusiasmo incontido dos correligionários trouxe à luz o que todos sabiam há tempos: não havia como fazer política sem Getúlio, e não havia como afasta-lo do cenário político, a não ser por métodos não reconhecidos em um regime de plenitude democrática.
     A luta que vai se travar, primeiro durante o período eleitoral, depois no interregno que o separa da posse, prossegue por todo o período de governo, desaguando, por fim, na grande tragédia de 24 de agosto de 1954. É dela que trataremos neste capítulo.

Tomem seus lugares e boa viagem

      Deixando a porta entreaberta, assinalando a possibilidade de retorno, Vargas, entretanto, nomeou Salgado Filho como seu preposto no Rio de Janeiro, encarregando-o de manter entendimentos com o PSD e a UDN para a escolha de uma candidatura de consenso, não encontrando retorno em sua proposta.
     A UDN admitiu uma união de forças, desde que ela se desse em torno do seu líder maior, o brigadeiro Eduardo Gomes. E como essa exigência, logicamente, não fosse aceita pelas partes, saiu à frente, lançando, por conta própria, a candidatura do brigadeiro, disposta a liquidar com Getúlio e o getulismo, num trabalho de restauração política que não dispensava, se preciso fosse, o concurso de métodos menos ortodoxos. Com efeito, num ato de evidente provocação, o lançamento da candidatura de Eduardo Gomes se deu em 19 de abril de 1950, data do aniversário de Getúlio Vargas. Para bom entendedor, meia palavra basta.
Descartada a possibilidade de entendimentos com a oposição, o PSD resolveu adotar também candidatura própria, saindo à luta com Cristiano Machado, cujo nome foi lançado em 16 de maio de 1950, um mês após a definição da UDN.
A esta altura, ainda não havia surgido a revelação de Getúlio, que continuava afastando seu nome da disputa. Assim, desejando sair do impasse, alguns trabalhistas mais apressados começaram a pensar em uma candidatura saída do Exército para se opor à do brigadeiro, surgindo articulações em torno do nome do general Canrobert Pereira da Costa, então ministro da Guerra do governo Eurico Gaspar Dutra.
Então, vem a público a entrevista dada por Getúlio Vargas a Samuel Wainer, renovando esperanças do PTB, e causando confusão no PSD, onde o candidato Cristiano Machado começou a perder suas bases de apoio. No PTB de São Paulo, o coronel-deputado Porfírio da Paz propõe que a candidatura varguista seja lançada mesmo à revelia do candidato. No Rio Grande do Sul, o jovem político João Goulart lança, por conta própria, a candidatura de Getúlio. No Rio de Janeiro, Danton Coelho segue pelo mesmo caminho. Ademar de Barros vai a São Borja, determinado a fechar acordo apoiando Vargas, formando a coligação PTB-PSP, em troca de cargos no ministério e com a indicação de seu correligionário Café Filho para compor a chapa, como vice.
     Aconteceu o previsto. Em 8 de junho era lançada a candidatura de Getúlio Dorneles Vargas, cujo registro, vencidas as impugnações, se deu em 14 de setembro.
     O Partido Socialista Brasileiro, de pequena expressão eleitoral, decidiu, assim mesmo, lançar candidatura própria e registrou o nome do político baiano João Mangabeira.

As eleições

     Desfazendo os temores do governo federal, que ameaçou lançar paraquedistas em qualquer parte do país onde se pretendesse tumultuar as eleições, a verdade é que o pleito de 3 de outubro de 1950 transcorreu em grande festa, sem que qualquer problema maior se registrasse.
     Abertas as urnas, apurou-se o seguinte resultado:
     Getúlio Dorneles Vargas ........................ 3.849.040 votos (48,70%)
     Brigadeiro Eduardo Gomes ................... 2.342.384 votos (29,70%)
     Cristiano Machado ................................ 1.697.193 votos (21,50%)
     João Mangabeira ...................................          9.466 votos ( 0,02%)
     Cristiano Machado foi abandonado pelos seus próprios correligionários, que descarregaram sua votação em Getúlio Vargas, fundador do PSD e seu presidente de honra. Surgiu daí o verbo "cristianizar", significando o apoio formal a um candidato já previamente descartado.
Durante a campanha, Vargas dissera, no Rio de Janeiro: "Se eu for eleito, no ato da posse, o povo subirá comigo as escadas do Catete e ficará comigo no governo". Ele voltou, "nos braços do povo, escolhido em eleição direta, no pleito mais disputado até aquela data."

O tapetão

     Dispostos a fazer o jogo democrático, seus adversários não dispensaram, entretanto, a chicana, recursos com apoio legal, mas de discutida validade moral.
     Já durante o período pré-eleitoral, corria pelo congresso uma emenda constitucional que pretendia prorrogar em um ano o mandato do presidente Eurico Gaspar Dutra, a qual foi sustada pelo suposto interessado, já que Dutra afirmou que ficaria no poder "nem um dia a mais, nenhum dia a menos" do que o previsto na constituição vigente.
     A inelegibilidade de Vargas é também questionada pelo dr. José Tomás Nabuco, do Instituto de Advogados. Essa posição é corroborada pelo Correio da Manhã, insinuando que o TSE impugnaria a candidatura Vargas, por ele ter-se desfeito de duas Constituições (a de 1991 e a de 1934), além do que recusou-se a assinar a de 1946. Paralelamente, o advogado paranaense Álvaro Vale deu entrada no TSE com um pedido de impugnação da candidatura Vargas, apresentando todo um arrazoado com que esperava convencer os desembargadores. E não faltou quem pretendesse a anulação do pleito, por não ter-se registrado maioria absoluta (50% dos votos).
     Nada disso deu resultado. Ao analisar o registro, o Tribunal desconheceu a questões preliminarmente, considerando-as ilegítimas, já que uma impugnação só poderia ser feita por outro candidato ou por delegado de partido político, não cabendo, no caso, uma ação popular. E, em 19 de agosto, a candidatura foi registrada.
     Uma última tentativa foi aventada, logo após as eleições e só não ganhou força porque foi descartada com vigor pelo presidente Dutra, caso contrário, poderíamos entrar numa crise difícil de ser solucionada.
     Entendiam alguns juristas de plantão que o mandato de cinco anos estabelecido na Constituição de 1946 não poderia ser aplicado para Eurico Gaspar Dutra, já que ele foi eleito pela Constituição de 1937, alterada pela emenda nº9, que fixava o mandato do Presidente em seis anos, detalhe que constava de seu diploma. Assim, cumprindo o dispositivo constitucional, querendo ou não, Dutra era presidente da República até 31 de janeiro de 1952.
     Como o Presidente garantiu que, em qualquer circunstância, deixaria o poder em 31 de janeiro de 1951, haveria vacância do cargo, a ser preenchida por seu sucessor legal imediato.
     É aí que surge o embrulho, pois, a vencer essa tese, não há sucessor legal que preencha os requisitos. O vice, Nereu Ramos, foi eleito pelo Congresso Constituinte e seu mandato se vence em 31 de janeiro de 1951, a data em que Dutra deixa o poder. O mesmo ocorre com o presidente da Câmara Federal e com o presidente do Senado, ficando pois disponível apenas o presidente do Supremo Tribunal Federal, que deveria assumir no lugar de todos os antecedentes na escala sucessória.
     Felizmente, o expediente foi abandonado, pois uma hipotética posse do presidente do STF, após eleições realizadas dentro da lei e da ordem, das quais participaram candidatos devidamente registrados, representaria um golpe de difícil assimilação no país e, principalmente, no exterior, onde nossa imagem ficaria irremediavelmente comprometida.

Getúlio no retiro de São Pedro

     Sendo avesso a viagens, Getúlio preferiu aguardar no Brasil o dia de sua posse, retirando-se para seu Estado natal, o Rio Grande do Sul. Todavia, como a cidade de São Borja era uma trilha marcada pelos peregrinos da política, o local foi desaconselhado e o presidente eleito seguiu, então, para a Estância de São Pedro, propriedade de Batista Luzardo, na cidade de Uruguaiana, na divisa da Argentina e a uns 30 quilômetros do Uruguai. Em verdade, seguiu para lá dias antes das eleições, acompanhando, distante, os últimos comícios e o desenrolar do pleito. Sobre esse curto período, escreve Glauco Carneiro, biógrafo de Luzardo:
     "Pois foi nesse cenário histórico que Getúlio Vargas viveu os agitados meses que precederam a sua derradeira ascensão ao Catete. Na alta e larga varanda, ele entrevistou-se com centenas de candidatos a cargos políticos. Andou muito a cavalo, contemplou a Argentina do outro lado do rio Uruguai; recebeu e despachou emissários para Perón; repousou e brincou com as crianças na Ilha dos Amores – uma pitoresca construção no centro do jardim da Estância. Provou da boa culinária de D. Adelaide [mulher de Luzardo] e, por muito tempo, deu impressão para os outros de que o proprietário da casa seria seu futuro ministro da Agricultura.
     "À noitinha, atravessava o corredor sombreado de árvores que leva ao "Castelinho" (um apartamento algo retirado, imitando um pequeno castelo), esquentava os pés na lareira, corria uma roda de chimarrão e recomeçava a conversa política. Só altas horas da noite ia procurar o repouso da cama de metal, colocada ao fundo do aposento. Cerrava o cortinado que separava o quarto da sala, enquanto lá fora o tenente Gregório dispunha a guarda pessoal para velar pelo sono do amo e senhor Getúlio Dorneles Vargas.
     "(...) Getúlio levantaria vôo dali somente a 17 de janeiro de 1951 para dar entrada no Palácio do Catete, que viria a ser, a 24 de agosto de 1954, cenário de um tiro que varou seu peito e atravessou a História."
     Sobre o estilo de vida do Presidente eleito, conta D. Adelaide, mulher de Luzardo, o dono da estância:
     "Não era exigente em matéria de comida. Dizia: ‘Ó D. Adelaide, de banquete estou até aqui... Quero feijão, arroz, canjica.’ Gostava muito do peixe que eu fazia. Naquele tempo não era como agora; o rio Uruguai dava cada dourado... Eu fazia ensopados, com bastante molho, pimenta, tomate, mangerona. Quando Getúlio via o peixe pronto, comia demais. Depois, tomava um cafezinho e ia se deitar..."
     A Estância de São Pedro foi o último instante de paz em sua vida. Ao remanso do rio, seguem-se águas velozes por um leito pedregoso e encachoeirado, exigindo nervos fortes, determinação, raciocínio rápido, manobras precisas e confiança, muita confiança no seu próprio destino que, a partir desse momento, se confunde com os destinos da nação brasileira.

A posse e o ministério

     A despeito de todos subterfúgios utilizados pelos seus inimigos, antes e depois das eleições, para impedir-lhe o caminho, em 18 de janeiro de 1951, Getúlio Vargas foi reconhecido e proclamado pelo TSE como o novo presidente da República, juntamente com seu vice, Café Filho. No dia 22, ambos comparecem ao TSE para a diplomação e, em 31 de janeiro, Eurico Gaspar Dutra, tal como prometera, deixa o governo, passando a faixa presidencial para Getúlio Dorneles Vargas.
     Era o início de uma longa e encarniçada luta, com seus inimigos alojados no seio da União Democrática Nacional, em parte das Forças Armadas e na maioria dos jornais brasileiros, que lhe abriram feroz perseguição, ignorando os atos de governo e pinçando os desacordos para transforma-los em cavalos de batalha, como se a sobrevivência da nação dependesse da eliminação, para todo sempre, do Presidente.
     Getúlio vivia um dilema. Calcando sua campanha eleitoral no nacionalismo fanático, recebia das mãos de Dutra um governo alinhado com os Estados Unidos e sofria uma pressão, de dentro e de fora do país, para uma abertura do mercado, buscando na iniciativa estrangeira os capitais que nos faltavam.
     Seu ministério, que pretendia ser de coalizão, procurava compor esses dois fatores antagônicos. Trouxe para perto de si militares da ala nacionalista, buscou apoio em outros partidos e, a despeito de a UDN recusar-se a participar do governo, houve um udenista, João Cleofas, que aceitou o Ministério da Agricultura. Era difícil, mas tentava-se governar com os partidos políticos, base sólida de qualquer democracia.
     O ministério, chamado de "experimental", ficou assim formado: Relações Exteriores, João Neves da Fontoura (PSD, Rio Grande do Sul); Justiça, Francisco Negrão de Lima (PSD, Rio de Janeiro); Fazenda, Horácio Lafer (PSD/PSP, São Paulo); Agricultura, João Cleofas de Oliveira (UDN, Pernambuco); Educação e Saúde, Ernesto Simões da Silva Freitas Filho, ex-diretor do jornal "A Tarde", da Bahia; Trabalho, Indústria e Comércio, Danton Coelho (PTB-Rio de Janeiro); Viação e Obras Públicas, Álvaro Pereira de Sousa Lima; Guerra, general Estillac Nilton Leal; Marinha, almirante Renato de Almeida Guillobel; Aeronáutica, brigadeiro Nero Moura. Nos demais cargos de primeiro escalão: Gabinete Militar, general Ciro do Espírito Santo Cardoso; Gabinete Civil, Lourival Fontes, o criador da Agência Nacional; Chefe de Polícia, general Ciro de Resende e Banco do Brasil, Ricardo Jaffet.

Nacionalistas versus "entreguistas"

     Na defesa apaixonada de suas idéias, formaram-se dois grupos de opiniões bem definidos: de um lado, os "nacionalistas", reunidos em torno de Getúlio Vargas, mas com ramificações em agrupamentos de esquerda, como os socialistas e os comunistas, estes últimos fora da lei, mas em plena ação; de outro, os autointitulados "democratas", que defendiam ampla abertura do Brasil ao capital externo para acelerar o desenvolvimento nacional. Seus adversários preferiam chamá-los de "entreguistas" e assim ficaram sendo conhecidos.
     O "ninho de serpentes" dos democratas era a União Democrática Nacional, todavia suas ideias se propalavam também na Aeronáutica, sob a forte influência do brigadeiro Eduardo Gomes, e no Exército, rachado ao meio entre oficiais que defendiam o nacionalismo e outros que não encontravam perspectiva de progresso ao país, a não ser com a internacionalização de nossa economia.
     O presidente da República jamais dispensou o capital estrangeiro para a realização de seus projetos, porém lutou para que esse aporte se desse na forma de empréstimos e não na instalação de empresas internacionais no Brasil. Esse posicionamento azedou nosso relacionamento com outros países, privou o país de capitais de que tanto necessitava e acabou ganhando novos e fortes inimigos, quando limitou a remessa de lucros ao exterior a 20 por cento do capital das empresas multinacionais aqui instaladas. Medida, por sinal, inútil, já que existem muitos caminhos pelos quais os lucros podem se evadir, de maneira que, fechado um canal, o fluxo continua pelos outros que continuam abertos.
     Pelo menos no que tange às indústrias de base, a promessa de nacionalização total foi mantida. A Cia. Siderúrgica Nacional foi construída com base em empréstimos feitos por ocasião da Segunda Guerra Mundial, durante o Estado Novo, sendo o capital 100 por cento nacional. A propósito, a Siderúrgica foi inaugurada no governo Dutra e, no ato de inauguração, nenhuma palavra foi dita em lembrança ao seu idealizador, Getúlio Vargas.
     Neste novo mandato, o Presidente atira-se com vigor na criação da Petrobrás e, já no final de governo, na implantação da Eletrobrás, ambas estatais, e sem interferência de participação acionária estrangeira. No mais, teve de ceder, entregando os anéis para ficar com os dedos.

A Guerra da Coréia

     Uma amostra do que estava por vir foi o episódio criado com a guerra da Coréia, entre 1950 e 1953, desdobramento (quente) da guerra fria entre os Estados Unidos e a União Soviética, envolvendo de permeio a China comunista e a Organização das Nações Unidas (ONU).
     Após a Segunda Guerra Mundial, a Coréia foi dividida em dois territórios, tendo como divisa o paralelo 38, ficando a parte setentrional com a União Soviética, que organizou ali um governo comunista; a parte meridional permaneceu com as demais potências aliadas e, quando estas se retiraram, os Estados Unidos consolidaram nela um governo capitalista sob sua influência.
     Em 25 de junho de 1950, a Coréia do Norte, num ato de provocação, atravessou o paralelo 38, levando o presidente dos Estados Unidos, Harry Truman a enviar tropas àquele país, ad-referendum do Congresso Americano, ou seja, sem declaração formal de guerra. O conflito se expandiu com a entrada da China a favor dos norte-coreanos, levando a ONU a tomar partido, declarando a China como "potência agressora".
     Esta era a situação quando os Estados Unidos apelaram aos países pan-americanos, entre eles o Brasil, para que enviassem tropas na defesa das liberdades ameaçadas.
     Getúlio Vargas não entrou nessa armadilha. Já que os Estados Unidos não foram atacados por uma potência estrangeira, não havia como falar na aplicação do tratado pan-americano. Em represália, os Estados Unidos ameaçaram suspender as negociações, quase concluídas, para um empréstimo de 500 milhões de dólares ao Brasil. O Ministro da Fazenda e o de Relações Exteriores eram a favor do envio de tropas. Getúlio não, e enviou aos Estados Unidos o general Góis Monteiro, com a missão de convencer o governo americano a separar as coisas, que nada tinham em comum: guerra é guerra, empréstimo é empréstimo.
     Alegava Getúlio que "possuímos vários minerais estratégicos de que os americanos necessitam e não se faz referência a essa colaboração, que podemos dar, em vez de sangue dos brasileiros, para lutar na Coréia."
     Os brasileiros não foram à luta, e isso evitou a perda de vidas inúteis por uma causa que não era nossa. A guerra da Coréia, pelo balanço final, teve, entre os aliados, 118.515 mortos, sendo a maioria deles sul-coreanos; os Estados Unidos perderam 33.729 soldados e os países que enviaram contingentes, atendendo o apelo americano, deixaram 4.786 homens em campo de batalha.

A idéia de criar a Petrobrás

     Uma luta feroz, em que o então Presidente Sr. Getúlio Vargas, se empenhou até o fim, se deu a favor da criação do monopólio estatal do petróleo. Não que Vargas fosse um histórico defensor do petróleo brasileiro, muito pelo contrário. Quando do primeiro governo (1930-1945), sua visão de estadista levava-o a acreditar que o mais proveitoso ao Brasil seria a compra do combustível das companhias estrangeiras, evitando o trabalho de prospecção e refino, para o qual o Brasil não dispunha de capitais nem tinha conhecimentos técnicos.
     Com o petróleo a dois dólares por barril, era mais econômico nos servirmos do produto acabado e não desviar nossas atenções para uma tecnologia que não dominávamos, e cujo controle mundial estava nas mãos de umas poucas empresas. Pelo menos, esse era o pensamento do ditador, tanto que não entrou em seus planos sequer a construção de usinas de refino, preferindo importar o produto pronto para o uso, exportando em troca, minerais e outros produtos primários que o Brasil tinha em abundância.
     Ao fim do Estado Novo, o país possuía apenas três pequenas refinarias, respectivamente em Uruguaiana (RS), Rio Grande (RS) e São Paulo, cuja produção era insignificante. Um único poço aberto na Bahia, segundo narrativa de Monteiro Lobato, só gerou petróleo por descuido do ditador, que mantinha técnicos encarregados de boicotar os trabalhos de prospecção. Durante o período de Carnaval, quando esses técnicos se achavam de folga, o pessoal prosseguiu nos trabalhos e conseguiu fazer jorrar o petróleo há tanto procurado. Sabedor do acontecimento, Getúlio Vargas mandou lacrar o poço e procedeu sua estatização. Assim conta Lobato, cujo nome foi dado ao primeiro poço, em homenagem à sua luta em favor do petróleo, que lhe valeu uma temporada na Casa de Detenção em São Paulo, a mando do chefe do Estado Novo.
     Nos anos cinqüenta a situação mudara bastante. O petróleo continuava barato, mas deixou de ser um simples produto de consumo para transformar-se em material estratégico, cujo domínio ou não, poderia significar o progresso ou a estagnação de um país. Daí o interesse do Presidente, e mais, sua determinação de que, tal como na siderurgia, o capital estrangeiro deveria entrar na forma de empréstimos, jamais como participação acionária.
     Em 8 de dezembro de 1951, o Presidente envia ao Congresso Nacional mensagem com projeto de lei para a criação da sociedade por ações Petróleo Brasileiro S/A, com o objetivo de levar a efeito a pesquisa, a extração, o refino, o transporte do petróleo e seus derivados.
     A captação dos recursos para a integralização do capital seria feita: a) com bens da União adquiridos no correr dos tempos para prospecção de petróleo; b) com receita federal sobre parte do imposto de combustíveis líquidos e consumo de automóveis; c) com taxação de artigos de luxo (inclusive os próprios carros); d) com parte da receita estadual oriunda de impostos sobre combustíveis líquidos; e) com empréstimo compulsório a ser cobrado por ocasião do licenciamento de veículos; f) por subscrição voluntária de particulares e entidades públicas interessados no empreendimento.

"O Petróleo é Nosso"

     Como previsto, a reação dos adversários é imediata e violenta. A proposta do governo atingia de morte pelo menos dois axiomas do liberalismo econômico, o primeiro ao criar uma empresa de caráter estatal, descartando a iniciativa privada e o segundo ao recusar o aporte de dinheiro internacional na formação do capital e condução da empresa, desprezando a tecnologia desenvolvida pelos blocos que dominam o mercado petrolífero.
     Na contrapartida, o projeto sensibilizou não só os aliados do governo, como sindicatos, associações e entidades as mais diversas, e até os comunistas que, embora adversários do governo, lançaram-se na campanha pela nacionalização do petróleo. Surgiu, então, a divisa, que ecoou por todo o país e que foi divulgada de norte a sul, em manifestações públicas e em campanhas: "O Petróleo é nosso".
     A opinião pública ficou dividida entre "nacionalistas" e "entreguistas", estes últimos apoiados abertamente pelos americanos e pelos simpatizantes dos Estados Unidos no Brasil, entre eles empresários com interesses voltados para aquele país. A luta atingiu em cheio o Clube Militar, onde as duas correntes tentavam fazer valer as suas opiniões.
     Dentro do governo a divisão entre ministros era clara e, no Congresso, a base de apoio se fracionou ameaçando a tramitação e aprovação do projeto. No trabalho de convencimento, muito ajudou a campanha popular, que tomou um vulto considerável, não podendo ser ignorada pelos parlamentares.
     Por fim, o projeto foi aprovado. Em 3 de outubro de 1953, aniversário da revolução de 1930, Getúlio Dorneles Vargas sanciona a Lei nº2004, criando a Petrobrás. Estava vencida a batalha.
     Getúlio não teria a mesma sorte com a criação da Eletrobrás. Enviando um projeto de lei ao Congresso em 10 de abril de 1954, pouco depois se viu envolvido no mar de lama que inundou o Palácio do Catete e pôs fim ao seu governo.

A guarda pessoal do Presidente

     Empossado no Governo em 1930, Getúlio Vargas não possuía nem pretendia ter guarda pessoal. A segurança do Presidente era garantida pelas Forças Armadas, alternando-se ora soldados do Exército, ora os Fuzileiros Navais.
     Assim foi até 11 de maio de 1938, quando se deu o "putch" integralista, com a invasão do Palácio da Guanabara, em coordenação com os fuzileiros que, naquela noite, estavam dando plantão. Foi o tenente Nascimento que abriu os portões do palácio para entrada dos atacantes, e foram os fuzileiros em serviço que prenderam ou executaram aqueles que se recusaram participar do levante.
     Naquela noite, é bom que se lembre, um franco-atirador, do alto de uma árvore, enviou um tiro certeiro em direção à mesa de despachos do Presidente, transpassando a cadeira onde ele deveria estar sentado. Tudo com a ajuda daqueles militares que se encontravam no Palácio para garantir-lhe a segurança.
     Superado o episódio, Getúlio pede ao seu irmão, Benjamin Vargas, que lhe selecione homens competentes e confiáveis para a formação de uma guarda pessoal sobre a qual seja possível exercer influência direta.
    É aí que entra em cena a figura estranha e comprometedora do tenente Gregório Fortunato. Homem rude e ignorante, tinha, todavia, uma virtude, apreciada por Getúlio: seguia as ordens de seu amo como um cão fiel, executando-as ao pé da letra, custasse o que custasse, contando para isso com uma equipe de jagunços que obedeciam cegamente seu comando.
     Não tardou que Getúlio lhe entregasse missões mais amplas para as quais, seguramente, ele não estava preparado. Ao final da campanha de 1950, por exemplo, foi Gregório Fortunato que escolheu a Estância de São Pedro, em Uruguaiana, dentre tantas outras, para abrigar o candidato e depois Presidente eleito, até o dia da diplomação. E era ele que fazia a triagem de políticos que podiam adentrar à estância para parlamentar com seu amo.
     Com tal poder nas mãos, não é de se surpreender que venha a ser assediado por interesseiros que, a troco de propinas, utilizavam seus serviços para obter favores ou ganhar as boas graças do Presidente. Gregório enriqueceu rapidamente e, como era rude e ignorante, não tomou medidas de precaução para salvaguardar a si mesmo e ao Presidente, a quem servia.
     Manobrado com astúcia por gente palaciana, cometeu deslizes, um após outro, até chegar ao crime da rua dos Toneleiros, começo do fim do presidente Getúlio Vargas.

Lacerda, o demolidor

     Filho do renomado político socialista Mauricio de Lacerda, o jovem estudante Carlos Frederico Werneck Lacerda fez sua estreia política aos 21 anos, meses antes da Intentona Comunista de 1935, quando, em emocionado comício, lançou o nome de Luís Carlos Prestes como presidente de honra da Aliança Nacional Libertadora. Semanas antes Intentona, quando Prestes já se achava no Brasil, em lugar incerto e não sabido, coube a Carlos Lacerda fazer a leitura pública de um manifesto do líder comunista, detonando os acontecimentos que levaram até a rebelião de 27 de novembro de 1935.
     Em 1947, filiado à União Democrática Nacional, Lacerda elege-se vereador pelo Distrito Federal, com expressiva votação. Em 1951, assume uma cadeira na Câmara Federal, passando a conciliar suas atividades políticas dentro da UDN e no Congresso, com as atividades jornalísticas na "Tribuna da Imprensa", jornal do qual era proprietário.
     Com uma metralhadora giratória, representada pelo poder extraordinário de sua palavra, pelo raciocínio claro e límpido, e pela determinação demolidora de seu temperamento, Carlos Lacerda passa a atacar incessantemente o palácio presidencial, procurando atingir o presidente Getúlio Vargas, atingindo, indistintamente, todos os que estão ao redor.
     Uma de suas primeiras vítimas foi o jornalista Samuel Wainer que, protegido pelo dinheiro fácil oriundo de empréstimos oficiais, começou a montar uma rede de jornais para a defesa do Presidente, destacando-se a "Última Hora" no Rio de Janeiro, sua congênere de São Paulo, e a revista "Flan", de circulação nacional.
     Ao mesmo tempo que atacava Wainer, procurando atingir Vargas, Carlos Lacerda passou a investigar a vida pregressa de seu adversário, obtendo uma revelação que caiu como bomba: Samuel Wainer não era brasileiro nato, condição essencial para ser proprietário ou diretor de órgão de imprensa. Com efeito, pelos documentos levantados, Wainer nasceu na Bessarábia (Rússia Européia) havendo entrado no Brasil, ainda infante, pelo vapor "Canárias". Chegando a São Paulo, seus pais o registraram como nascido na capital paulista e, portanto, brasileiro nato.
     Havia, então, uma série de crimes, suficientes para leva-lo aos tribunais: falsa identidade, falsa nacionalidade, atuando ilegalmente como proprietário e diretor de órgãos de imprensa, e mais, os empréstimos irregulares em Bancos oficiais, assim como isenções fiscais para importação de maquinário e papel de imprensa, colocando-o em vantagem sobre os demais concorrentes.
     Ao final, Wainer foi condenado a uma pena de um ano e nove meses de prisão. A revista sob sua direção deixou de circular, os jornais entraram em declínio e, mais tarde, os títulos foram vendidos. Ao atingir o jornalista, Carlos Lacerda acertou seu alvo máximo, o presidente Getúlio Vargas.

O espancamento e morte de um jornalista

     O ano de 1954 já começara com um triste presságio. Por ordem não se sabe de quem, o jornalista Nestor Vaz Moreira foi apanhado numa emboscada e surrado até a morte por policiais. Investigando por conta própria, a imprensa descobre como principal autor do espancamento um policial, cujo nome se perdeu no tempo, mas que era conhecido pela sugestiva alcunha de "Coice de Mula".
     Ante os protestos da imprensa, da oposição e da própria sociedade civil, foi aberto um inquérito na Chefatura de Polícia, então comandada pelo general Armando de Morais Âncora. Os dias passam e o inquérito se arrasta, para ao final encerrar-se de forma inconclusiva, com respostas que não aclaravam nada, nem tranquilizavam a quem quer que seja.
     A Chefatura de Polícia voltava a lembrar os velhos tempos em que era ocupada por Benjamin Vargas, quando as arbitrariedades eram cometidas com a conivência, quando não por ordens expressas de sua autoridade maior.
     A morte de Nestor Vaz Moreira foi um assunto que rendeu meses de ataques à polícia de Getúlio Vargas e a falta de solução valeu como combustível para alimentar as críticas muito além do que o episódio, em si, poderia suscitar, se esclarecido a tempo.
     Nem bem o assunto começava a esfriar e outra notícia volta a alarmar a sociedade carioca: Carlos Lacerda fora vítima de um atentado.

O crime da rua Tonelero

     Com os amigos que tinha à sua volta, Getúlio Vargas nem precisava de inimigos. O general Mendes de Morais e um deputado federal, ambos íntimos do palácio presidencial, sugeriram ao chefe da guarda pessoal do Presidente, Gregório Fortunato, que ele estaria prestando um excelente serviço ao seu amo se eliminasse Carlos Lacerda.
     Gregório deixou-se envolver pelo canto da sereia e, acreditando, realmente, que a morte do jornalista traria bem-estar ao Presidente, não teve dúvidas em contratar um pistoleiro para executar o trabalho.
     Não se sabe bem por que, Carlos Lacerda, jornalista, tinha como guarda pessoal um oficial graduado da Aeronáutica, major Rubens Vaz. Na noite de 5 de agosto de 1954, os dois desceram do carro na rua Tonelero, nº180, residência de Lacerda, quando foram interceptados por um desconhecido que atirou contra o major, ferindo-o mortalmente, voltando-se depois contra o jornalista, que ainda teve tempo de se defender, levando apenas um tiro no pé. Socorrido por populares, o major Vaz veio a morrer em seguida, antes mesmo receber atendimento médico.
     No hospital, chega o brigadeiro Eduardo Gomes, arqui-inimigo de Getúlio Vargas e, sob comoção, declara: "Para a honra da nação, confio que este crime não ficará impune."
     Uma placa de carro, anotada durante a fuga, forneceu a primeira pista, a partir da qual foi se desfazendo, aos poucos, a trama. O motorista do veículo, Nelson Raimundo apresentou-se à polícia e revelou ter sido contratado por Climério Eurides de Almeida, integrante da guarda pessoal do palácio. A missão do motorista era transportar o pistoleiro Alcino João do Nascimento, contratado para consumar o atentado.
     Tomando conhecimento do fato, Getúlio Vargas manda dissolver imediatamente a guarda pessoal, o que não impede que os acontecimentos se desdobrem, descontroladamente, e com extrema rapidez.

Poderes paralelos

     É difícil, muito difícil mesmo, descrever o que se passou após a morte do major Vaz e a criação da "República do Galeão", uma comissão de inquérito formada na Aeronáutica ao arrepio da Constituição.
     A comoção pelo trágico acontecimento envolveu por completo as Forças Armadas e minou a autoridade do presidente da República, tirando-lhe as condições essenciais para continuar governando. Quem conta é Hélio Silva:
     "Ao mesmo tempo que a Polícia, conhecendo o caso através da delegacia em cuja jurisdição o fato ocorreu, tomava providências adequadas, a Aeronáutica designou um oficial superior para acompanhar o inquérito.
     "Não parou a interferência da Aeronáutica. A oficialidade reuniu-se em assembléias ruidosas no Clube da Aeronáutica. No Clube Militar, oficiais da Marinha e do Exército se solidarizavam com seus oficiais aviadores no repúdio ao crime e na exigência de uma repressão violenta imediata.
     "Formaram-se bandos punitivos, que realizavam, por sua conta e risco, toda espécie de diligências, ocupando estações rodoviárias, ferroviárias e aeroviárias, identificando quem saísse da capital, empregando cães amestrados na busca dos fugitivos.
     "Esse trabalho varava os dias e as noites e, enquanto uma equipe exausta era substituída por outra, descansada, os foragidos vinham sendo submetidos a uma perseguição sem trégua, cujos resultados logo se iam apresentar."

A República do Galeão

     A Aeronáutica tomou a frente, instalando uma comissão de inquérito para investigar o presidente da República, chefe supremo das Forças Armadas. Pela arbitrariedade que representava essa Comissão, funcionando como um um tribunal à margem da Constituição, a sede da Aeronáutica ficou conhecida como a "República do Galeão".
    Ato primeiro foi a prisão de Gregório Fortunato. Logo em seguida, é preso Climério o outro componente da guarda pessoal. Dois dias depois, acuado como fera, rende-se o pistoleiro Alcino.
    Getúlio nem tinha idéia do que se passava à sua volta e, de moto próprio, abriu os portões do Palácio do Catete para que a Aeronáutica fizesse ampla investigação. Seu objetivo, certamente, era o de provar que se tratava de um ato isolado, que não podia ser generalizado, comprometendo a seriedade de sua equipe.
     Enganava-se. À sua volta, sem o seu conhecimento, as irregularidades vinham sendo praticadas há tempos, envolvendo todos os escalões e comprometendo por completo o governo e seu titular, o Presidente.
     Todos sabiam, o Presidente não. Vargas confiava demais nos seus auxiliares. E, registre-se a seu favor, nenhum indício sequer foi encontrado de que o Presidente tenha, alguma vez, utilizado o poder em proveito próprio. Seus assessores o faziam, à sua sombra, sem o seu conhecimento e sem o seu consentimento.

O mar de lama

     A cada investigação, novos e surpreendentes fatos iam aparecendo, como uma operação de compra e venda de uma fazenda: vendedor, Getúlio Dorneles Vargas; comprador, Gregório Fortunato, chefe da guarda pessoal e sem renda suficiente para participar de uma operação dessa natureza.
     Há tempos Getúlio, envolvido em dívidas contraídas durante a campanha eleitoral, passara uma procuração ao seu filho Manuel Vargas (Maneco) para vender alguns de seus bens, a fim de saldar compromissos. Maneco recebeu a procuração, cuidou de executar o mandato e, sobre o assunto, nada mais disse nem lhe foi perguntado.
     Surgindo agora essa embaraçosa revelação, Getúlio entra em contato com Maneco, que se achava em viagem pela Europa, ordenando-lhe que volte imediatamente para esclarecer o assunto.
     A conversa entre Getúlio e seu filho dá a verdadeira dimensão do escândalo. Maneco confessa. Vendera, sim, a fazenda, para Gregório Fortunato, e parte desse dinheiro serviu para custear a viagem que estava fazendo à Europa, agora interrompida.
Batista Luzardo conta o que ouviu de Osvaldo Aranha, ministro da Fazenda, a propósito:
     "Só aí o Presidente tomou consciência dos problemas bárbaros que derrocavam seu governo. Mandou então chamar Osvaldo Aranha com urgência (eu transmito o episódio como me foi narrado pelo próprio Osvaldo, na manhã de 24 de agosto). Osvaldo subiu e encontrou Getúlio debruçado numa janela do Catete, óculos escuros e uma fisionomia tristonha, denotando que havia chorado. ‘Mas o que há, ‘seu’ Getúlio?’ O Presidente fez uma pausa e só fez dizer: ‘Osvaldo, está confirmado. Debaixo do Catete há um mar de lama. O Maneco chegou e confirmou que vendeu a propriedade.’ Dito isso, voltou a chorar."
     Segundo narrativa de Luís Alberto, filho de Luzardo, que se achava no palácio, com seu pai no dia 22 de agosto, chegou a notícia de que a Aeronáutica ia atacar o palácio e, então, o general Caiado de Castro, chefe da Casa Militar, distribuiu armas a todos os presentes para organizar a defesa. Com efeito, aviões da FAB passavam sobre o Catete em voos rasante, com o objetivo de achincalhar o Presidente.
     Após um manifesto de almirantes, segue-se outro, assinado por brigadeiros e transmitido, como o primeiro, por todas estações de rádio. O brigadeiro Nero Moura, ministro da Aeronáutica desde o início do governo, demite-se, retirando apoio ao Presidente, sendo substituído pelo brigadeiro Epaminondas Gomes dos Santos.
     Dia 23, no Hotel Serrador, em encontro secreto, Carlos Lacerda e Café Filho conversam durante duas longas horas, acertando detalhes sobre a sucessão, na hipótese da renúncia de Getúlio. Em seguida, Café Filho pronuncia um discurso no Senado, previamente redigido, mimeografado e distribuído aos parlamentares, em que considera a hipótese de assumir o governo. Soldados da Aeronáutica cercam o Ministério e impedem a entrada do novo ministro nomeado. Por sua vez, a polícia ocupa a Companhia Telefônica e impõe censura às estações de rádio e agências telegráficas.
     Por fim, também o Exército se manifesta, solidarizando-se com a Marinha e a Aeronáutica, em documento assinado por oficiais generais. Entre as assinaturas, encontra-se os nomes de Canrobert Pereira da Costa, o primeiro dos signatários. Seguem-se nomes de peso, como Juarez Távora, Alcides Etchegoyen, Pery Bevilacqua, Castelo Branco, Teixeira Lott e Jair Dantas Ribeiro.
     O cenário estava armado, o roteiro da peça ainda não era conhecido por ninguém.

A última reunião do Ministério

      Tarde da noite de 23 de agosto, realiza-se a última reunião ministerial de Getúlio Vargas, uma reunião pouco ortodoxa, segundo expressão de Alzira Vargas do Amaral Peixoto. Lá se encontrava todo o Ministério e mais pessoas ligadas ao Palácio, que nada tinham a ver, mas que lá ficaram, porque o Presidente não lhes pediu que se retirassem. Entre elas, a própria Alzira que se postou junto ao pai e que interferiu, recriminando os ministros militares.
     A reunião teve lances dramáticos e uma discussão entre os ministros militares, como conta Alzira:
     "Estabelecera-se um atrito entre o ministro da Guerra e o da Aeronáutica, o qual seria o maior responsável pela situação: o manifesto dos generais ou a república do galeão. O brigadeiro Epaminondas [Ministro da Aeronáutica] declarou que bastava prender os dois principais cabeças do movimento, Eduardo Gomes e Juarez Távora, e toda a pendenga estaria terminada. Zenóbio [Ministro da Guerra], irritado, perguntava: É por que você não os prende?’ ‘Porque não disponho de tropas’, respondia Epaminondas. ‘Forneça o local para prende-los e eu vou’.
     "Interpelado, Guilhobel [Ministro da Marinha] disse duramente: ‘Presidente, parece que seu destino é ser traído pelos seus chefes militares.’ O general Caiado de Castro [chefe da Casa Militar] que, um tanto surdo, em pé, atrás do ministro da Marinha, tentava acompanhar os debates, levou as sobras. O ministro da Guerra [Zenóbio] o interpelava brutalmente, perguntando por que não ia ele comandar as tropas de defesa. Caiado, quando entendeu, aceitou o desafio e pediu que lhe desse as tropas. A confusão ameaçava tornar-se total quando a voz de Vargas, serena e clara, novamente restabeleceu a ordem e o silêncio, um silêncio tétrico."

Fecham-se as cortinas

     Na madrugada do dia 24, encerrada já a reunião ministerial, Getúlio Vargas dá suas últimas instruções, assina alguns documentos, e recolhe-se aos seus aposentos. Os participantes da reunião, retiram-se quase todos. Apenas alguns permanecem no palácio, entre eles o ministro da Justiça, Tancredo Neves.
     No silêncio da madrugada, um tiro ecoa. O capitão Hélio, responsável pelo plantão chega esbaforido: "O Presidente suicidou-se!". O historiador Helio Silva narra:
     "Subiram, correndo, Alzira, Tancredo e todos os que se achavam no hall. Vargas estava recostado, na posição confirmada por todos, a perna para fora da cama. O coração sangrando aos borbotões. Tancredo conta que procurou ampara-lo, enquanto Alzira abraçava-o. Ele procurava alguém com o olhar, que se fixou em Alzira, mais demoradamente, até que faleceu."
     Ao seu lado, um papel cuidadosamente datilografado, em linguagem clara e com os pensamentos muito bem formulados. Era a carta testamento, cuja autenticidade foi contestada por muitos. Quando mais não fosse, por um detalhe: Getúlio não sabia escrever à máquina. João Batista Luzardo, em depoimento a Glauco Carneiro, protesta contra essa versão:
     "Mas, meu Deus, quem pode dizer isso? Está ali a ideia, o feitio dele; o pensamento, a plataforma do que queria e do que procurava fazer, quando fundou o PTB... Ali está a sua reação contra as pressões que sofria, contra os inimigos que o assediavam – quem pode contestar uma certeza destas? Não posso dizer que tenha sido ele quem escreveu as palavras, mas o conteúdo é dele, é dele.
     Todo mundo sabia que o Maciel Junior era quem melhor expressava o pensamento dele, por escrito – o emprego dos termos, a maneira de falar do Getúlio. Captava até aquela linguagem coloquial do Getúlio, que tinha muito sucesso ao falar de improviso, porque não se alongava e era feliz – com expressão, com sentimento, com precisão, aferrando-se a idéias determinadas e as transmitindo muito bem ao público. Além do mais, o Maciel Filho, que penso ser o escrevinhador da carta, mas não o seu autor, era confidente de Getúlio, vivia com o Getúlio dia e noite. Se o Getúlio deu as idéias gerais, e o Maciel as alinhou, onde é que o Getúlio deixa de ser o autor?"
     Verdade é que, se o tiro da rua dos Toneleiros, acertando o major Vaz atingiu Getúlio Vargas, o tiro no peito de Vargas atingiu em cheio a União Democrática Nacional e seu porta-voz máximo, o jornalista Carlos Lacerda. O impacto do suicídio e o teor da carta-testamento sensibilizaram o trabalhador brasileiro, que voltou-se contra a UDN, retirando-lhe qualquer chance de chegar ao poder e dele participar. Seu destino, até que foi extinta pelo Ato Institucional nº5, foi permanecer na oposição, uma oposição violenta e, por vezes, consistente, mas afastada das massas populares, cuja confiança jamais chegou a conquistar.

site: http://www.pitoresco.com/historia/republ303x.htm

Milton Aldana

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